Parto normal, cesárea ou humanizado? Entenda as opções e faça a escolha certa

Em meio aos preparativos para a chegado do bebê, uma decisão crucial se apresenta: qual o tipo de parto ideal? Parto normal, cesárea ou humanizado? Cada opção carrega um conjunto de características, vantagens e desvantagens que devem ser cuidadosamente consideradas para garantir a saúde e o bem-estar da mãe e do bebê.

Neste conteúdo vamos elucidar as particularidades de cada tipo de parto, com o conhecimento necessário para você tomar uma decisão informada e segura.

Abordaremos os aspectos físicos, emocionais e psicológicos envolvidos em cada processo, além de desmistificar crenças e apresentar as últimas evidências científicas.

Saiba os benefícios e os desafios do parto normal

O parto normal, também conhecido como parto vaginal, é o processo fisiológico natural pelo qual o bebê nasce, atravessando o canal vaginal da mãe. É a forma como a humanidade se reproduziu ao longo de milênios e, por isso, é frequentemente considerado a opção mais instintiva e benéfica para a maioria das mulheres.

Listamos abaixo os principais benefícios do parto normal para a mãe e para o bebê:

Recuperação pós parto acelera da para a mãe

Liberação de hormônios importantes para a mãe

Microbiota saudável para o bebê

Maturação dos pulmões do bebê

O mais comentando entre as mulheres é que a recuperação após o parto normal costuma ser mais rápida e menos dolorosa, permitindo que a mãe retorne às suas atividades cotidianas com mais agilidade. Mas para além disso, a ausência de uma incisão cirúrgica diminui o risco de infecções, complicações e a necessidade de medicamentos para dor.

Outro benefício é que durante o trabalho de parto normal, o corpo da mulher libera uma série de hormônios, como a ocitocina, que desempenham papéis cruciais na contração uterina  ajudando no controle do sangramento pós-parto e no estabelecimento do vínculo afetivo entre mãe e bebê.

Para o bebê é importante passar pelo canal vaginal, pois quando o bebê entra em contato com a microbiota vaginal materna, ele adquire bactérias benéficas que colonizam seu intestino e contribuem para o desenvolvimento de um sistema imunológico forte e saudável.

Além disso, o  trabalho de parto estimula a produção de hormônios que auxiliam na maturação dos pulmões do bebê, preparando-o para a respiração fora do útero.

Entenda quais são os principais desafios do parto normal

Nem tudo são os flores, apesar do parto normal ser extremamente benfíco para a mãe e o bebê, o parto normal envolve uma série de desafios, conforme veremos agora. 

A intensidade da dor varia de mulher para mulher e pode ser influenciada por fatores como a posição do bebê, a duração do trabalho de parto e o limiar de dor individual.

No entanto, existem diversas técnicas de alívio da dor não farmacológicas, como massagens, exercícios respiratórios, imersão em água quente e aromaterapia, além da analgesia peridural, que pode ser utilizada para reduzir a dor de forma segura e eficaz.

O trabalho de parto normal pode durar horas ou até mesmo dias, o que exige paciência e flexibilidade por parte da mulher e de sua equipe de apoio.

Em alguns casos, podem ser necessárias intervenções médicas, como um pequeno corte no períneo para facilitar a saída do bebê.

No entanto, quaisquer intervenções devem ser utilizadas com cautela e somente quando estritamente necessárias.

Cesárea: intervenção cirúrgica

A cesárea é um procedimento cirúrgico no qual o bebê é retirado do útero da mãe por meio de uma incisão no abdômen.

Embora o parto normal seja uma opção segura para a maioria das mulheres, a cesárea pode ser necessária em determinadas situações para garantir a saúde da mãe e do bebê. No entanto, a escolha entre parto normal e cesárea deve ser baseada em uma decisão informada, considerando fatores médicos e preferências maternas.

Indicações para a realização da Cesárea:

Em casos de doenças maternas pré-existentes

Complicações na Gravidez

Sofrimento Fetal

Posição Fetal do bebê 

Em casos de cesáreas anteriores

A cesárea é indicada em casos específicos, como condições maternas pré-existentes, incluindo diabetes gestacional grave, hipertensão arterial, doenças cardíacas ou infecções que possam comprometer a saúde materno-fetal. Além disso, complicações na gravidez, como placenta prévia (quando a placenta cobre total ou parcialmente o colo do útero), descolamento prematuro da placenta, pré-eclâmpsia grave eclâmpsia  ,  podem tornar a cesárea a opção mais segura.

Outra indicação é o sofrimento fetal, identificado por alterações nos batimentos cardíacos do bebê durante o trabalho de parto, o que pode exigir a antecipação do nascimento por meio da cesárea. A posição fetal também influencia essa decisão; se o bebê estiver em apresentação pélvica (sentado), transversa (deitado no útero) ou em outras posições que dificultem o parto vaginal, a cesárea pode ser recomendada.

Mulheres que já passaram por uma cesárea anterior podem optar por um parto vaginal após cesárea (VBAC), desde que não haja contraindicações médicas. No entanto, em alguns casos, como quando há risco aumentado de ruptura uterina, a cesárea eletiva pode ser a escolha mais segura.

Vantagens e desvantagens da Cesárea:

As principais vantagens da cesárea são o controle, previsibilidade e a redução da dor.

A cesárea permite agendar o momento do nascimento, o que pode ser conveniente para algumas mulheres e suas famílias. A anestesia utilizada na cesárea impede a dor durante o procedimento, proporcionando conforto à mãe.

Por sua vez, na cesárea a recuperação pós-parto é mais lenta e dolorosa do que a do parto normal, com maior risco de complicações pós-operatórias, como infecções, hemorragias e trombose.

Outro ponto que deve ser considerado é a anestesia, seja ela raquidiana ou peridural, pode apresentar riscos inerentes, como reações alérgicas, dores de cabeça e problemas respiratórios.

A recuperação mais lenta e a dor podem dificultar o início da amamentação e o estabelecimento do vínculo afetivo entre mãe e bebê.

Os bebês nascidos por cesárea têm maior risco de desenvolver problemas respiratórios, como a taquipneia transitória do recém-nascido, e de apresentar alterações na microbiota intestinal, o que pode aumentar a suscetibilidade a alergias e doenças autoimunes.

Conheça o parto humanizado

O parto humanizado não se trata de um tipo específico de parto, mas sim de uma filosofia de cuidado que coloca a mulher no centro do processo, respeitando suas escolhas, necessidades e desejos. O parto humanizado pode ser aplicado tanto ao parto normal quanto à cesárea, desde que os princípios de humanização sejam observados.

Conheça os princípios do parto humanizado:

A mulher é a protagonista do seu parto e tem o direito de tomar decisões;

O parto é um processo natural e deve ser conduzido de forma a respeitar a fisiologia da mulher e do bebê, minimizando intervenções desnecessárias;

O ambiente de parto deve ser tranquilo, seguro e acolhedor;

A mulher tem o direito de escolher quem estará presente durante o seu parto;

Técnicas não farmacológicas de alívio da dor devem ser incentivadas e oferecidas como alternativas à anestesia; 

Contato pele a pele imediato entre a mãe e o bebê após o nascimento;

O aleitamento materno é realizado desde a primeira hora de vida do bebê.

Como fazer a escolha certa?

A escolha do tipo de parto é uma decisão individual e deve ser tomada em conjunto com o médico, considerando as condições de saúde da mãe e do bebê, as preferências da mulher e as evidências científicas disponíveis. É fundamental que a mulher se sinta segura, informada e empoderada para fazer a escolha que melhor se adapta às suas necessidades e expectativas.

Converse com seu médico sobre suas dúvidas e expectativas em relação ao parto. Discuta os riscos e benefícios de cada tipo de parto. Compartilhe suas preferências e desejos Elabore um plano de parto que reflita suas escolhas.